sábado, 24 de novembro de 2012

Cigarro X Junk Food

Vale a pena conferir o filme/documentário "Muito além do peso", dirigido por Estela Renner, que acaba de entrar em cartaz na cidade. A película traz à luz as artimanhas publicitárias que a industria de alimentos - em especial a de fast food - usa para enriquecer, envenenando a população, crianças e jovens principalmente.
Assistindo o filme, me lembrei de uma exposição de há alguns anos, no Conjunto Nacional: "Como a industria do cigarro nos enganou", ou algo assim. Era composta por pôsteres, painéis e materiais publicitários, usados pelos fabricantes de cigarro desde o inicio do século XX até pouco tempo atrás, e que tinham como garotos-propaganda estrelas de cinema, atletas, médicos, personalidades das artes e, até, crianças - quem se lembra dos cigarrinhos de chocolate?
Assim como, por trás do tabagismo, estão o câncer e outras sérias doenças, o filme mostra como os alimentos industrializados vêm nos prejudicando e diminuindo a expectativa de vida das novas gerações. Diabetes, trombose, hipertensão, obesidade mórbida: são apenas alguns exemplos de doenças graves que já atingem cerca de 30 a 35% da população global, principalmente crianças e adolescentes de todas as classes sociais.
Como fumante, ativo e passivo, ao longo dos últimos 40 anos, e travando sempre uma batalha interna para ao menos diminuir o hábito, quando assisti o filme não pude deixar de sentir um certo alivio em relação ao meu vício: É que não existe cigarro saudável, qualquer que seja seu tipo, tabaco orgânico, mentolado ou de cravo, são todos nocivos quando tornados hábito. Já no caso dos alimentos, ao contrário, temos a opção dos alimentos saudáveis, basta um pouco de esforço nosso para mudar alguns costumes e, tarefa mais árdua, uma cobrança maior das autoridades, ligadas às áreas de saúde e educação, para que tomem ações mais enérgicas sobre a industria do lixo alimentar, impedindo que esta continue enganando as pessoas com sua publicidade milionária, sedutora e perversa.
Com algum otimismo, espero que em menos de cem anos alguém se lembre de organizar o material publicitário desta industria, num lugar de visibilidade como o Conjunto Nacional, e dê à exposição algum título do tipo: "Como a industria de alimentos nos envenenou".
Abs.